Banana Nanica (Caturra, Nanicão, Grand Naine): Renovar Plantação

Densidade, desbaste e condução do bananal para renovação das mudas

Roberto Hiz, pesquisador da EPAGRI, roi entrevistado acerca do projeto de renovação dos bananais de Santa Catarina, que tem apresentado produtividade abaixo da média esperada, devido a idade, que já gira em torno de 25 a 30 anos. No vídeo,
mudas de banana Nanica, também chamado de Caturra,
Nanicão, Grand Naine ou Cavendish, são usadas para se atingir o objetivo final da empreitada.

Todos os anos, Santa Catarina destaca-se como terceiro ou quatro maior produtor nacional de banana. Mas, com área de aproximadamente 30 mil hectares, esse potencial produtivo poderia ser ainda maior. A produtividade da banana é reduzida porque os bananais catarinenses são considerados velhos, com médias de vinte e cinco anos de vida e em alguns casos, com até tres décadas de produção. Mas é possivel mudar este cenário com técnicas de renovacao, que não interropem o ciclo de produção do bananal.

Um projeto da EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) quer transformar o setor e retornar o crescimento da produtividade das bananeiras do estado.

Os bananais catarinessnes envelheceram. Esta é a conclusão de pesquisadores da EPAGRI, diante da estabilização da produção nos últimos anos. Depois de crescer anualmente até os anos 2000, a prdução de banana tem se mantido constante, entre 21 e 23 mil kg/hec, o que representa cerca de 700 toneladas produzidas anualmente, mas poderia ser muito mais.

Segundo os especialistas, a idade dos bananais é o fator que mais influencia nessa estagnação. Com média de 25 anos de vida, as plantações já alcancaram seu potencial máximo de produtividade. Por isso, precisam passar por uma série de técnicas de renovação para que assim assim, o setor volte a crescer.

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Um projeto da estação experimental da EPAGRI de Itajaí, na área de fruticultura tropical, quer atender as atuais necessidade dos produtores e planejar o futuro das propriedades rurais.

Essa equipe vem trabalhando a décadas. Na primeira década ela visava introduzir materiais e analisar como estesse comportavam diante do espaçamento, produtividade e metodologia para adubação determinados. Passada a primeira década, com evolução da produção, percebe-se problemas relacionados a doenças e pragas da bananeira, que trouxeram problemas a esse material implantando.

Uma nova decada se elegeu para o controle das pragas e doencas dos bananais. Na sequência, foi dada maior atenção ao manejo da colheita. Não que as etapas anteriores estagnaram-se, elas continuaram em paralelo. Mas daí percebeu-se estagnaçao da produção no estado, em torno de 23 toneladas por hectare. Porém, o material do estado tem potencial para passar de 30 ton/hec.

3:08 min – O grande desafio dos pesquisadoes e extensionistas da EPAGRIé, de fato, implantar o projeto nas propriedades RURAIS, quebrando velhos hábitos e preconceitos do produtores.

A estratégia utilizada para isso é a substituição gradativa das plantas, com a vantagem de não precisar derrubar áreas, nem interromper o processo produtivo.

A grande resistência dos produtores de banana, quando se fala em renovação dos bananais, é o imaginário de que se teria de fazer a derrubada de parte do bananal e esta área ficaria, então, improdutiva por cerca de dois anos. Contudo, com a técnica que estamos propondo, a renovação acontece mesmo na área produtiva. Assim, não há esse período de interrupção da colheita de banana.

E Ricardo, há uma estimativa da área que vocês querem abranger para realizar esse trabalho e renovação do bananal? E em quanto tempo isso ocorreria?

O produtor pode se programar para fazer uma renovação de 10 a 20% da plantação de banana a cada ano. Dessa maneira, num periodo de 5 a 10 anos, ele estaria com toda a área do bananal renovada. Portanto, se todos o fizerem, numa década já a renovaçao do plantio de banana do grupo já seria completa. E com isso, uma expectativa de aumento de até 20% na produção de bananas, do estado de Catarina, seria projetada.

4:45 min – Essa ações de renovacao são válidas para todas as variedades de bananas?

Sim, a Cavendish, também chamada de banana Caturra, Nanicão ou Grand Naine, são as variedades de banana mais plantadas na região de Itajaí – SC, mas a renovação também vale para os outros grupos, como a banana prata por exemplo.

Nós introduzimos mudas de banana novas e sadias, já com o tamanho entre 40 e 50 cm e fazemos o realinhamento do bananal, mas mantendo, no bananal antigo, todas as plantas que estão com os cachos em andamento e retirando as que já foram colhidas, apenas o perfilhos destas ficam. Conforme passa o tempo, colhe-se o cacho da planta remanescente e retira-se totalmente esta família para, então, a nova muda de banana, plantada ao lado da antiga, substituí-la. Ao final de um ano, a renovação é completa e inclusive os perfilhos são retirados.

Vale à pena lembrar, que em bananais com problemas de doenças, como a causada por nematóides, é necessário o repouso da área por, pelo menos, um a dois anos, a introdução de outra cultura e daí, sim, a introdução da muda de banana sadia, posteriormente.

Em outros países, os produtores fazem o replantio após sete a dez anos, visto que não é lucrativo continuar com o mesmo bananal.

Em Santa Catarina, com algumas plantas chegando aos trinta anos de vida, os principais problemas encontrados nos bananais envelhecidos são:

  • compactação do solo
  • baixo vigor das plantas devido ao desgaste genético
  • problema com ervas daninhas 
  • e densidade das plantas abaixo ou acima do recomendado

Em SC, há uma desorganizaçao espacial, agravada pelo relevo de morro, que torna difícil manter a plantação das bananeiras alinhadas. Por isso, o bananal, que deveria haver em torno de 1600 plantas por hectare, apresenta-se com 2000 ou 1200 familias. 

O plantio de bananas que está abaixo da densidade indicada tem problema de controle de mato e baixa produção e o que está acima tem problema relacionado a baixa luminosidade, o que pode acarretar em baixa resistência a doenças atacando partes inferiores do bananal. E há ainda o desgaste genetico, que também é um problema, que pode acarretar frutos e cachos fora do padrão, geralmente menores.

As URTs (unidades de referência técnica) são importantes veiculadoras de metodologias de ensino e aprendizagem aos produtores. Há unidades demostrativas em vários municipios, elas mostram, na prática, como proceder com a renovação dos bananais, sem implicar em perdas no processo produtivo.

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